Começa nesta quinta-feira (6) uma nova página na história da seleção brasileira. E não é exagero dizer que ela se inicia cercada de expectativas, mas também de desconfianças e incertezas. Às 20h, no Estádio Monumental de Guayaquil, no Equador, o Brasil entra em campo pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2026. O que está em jogo vai muito além dos três pontos. É o início, ou ao menos a tentativa, de uma reconstrução. Começa a “Era Carlo Ancelotti”.
O técnico italiano, multicampeão na Europa, chega para liderar uma equipe marcada por resultados decepcionantes e instabilidade nos bastidores. Sua chegada representa um ponto de inflexão — não apenas pelo currículo vencedor, mas pela esperança de que, sob sua batuta, o futebol brasileiro reencontre a identidade que o consagrou no mundo inteiro.
Mas há uma diferença entre esperança e fé. E essa diferença é sentida nas ruas, nas arquibancadas e nos corações de muitos brasileiros. A seleção, que já foi paixão nacional, hoje luta contra a apatia de uma torcida que não se vê mais representada.
E os problemas não estão apenas dentro de campo. A Confederação Brasileira de Futebol vive uma crise de credibilidade, com mudanças recentes no comando e polêmicas que continuam manchando a imagem da entidade.
Carlo Ancelotti, com toda sua experiência e serenidade, terá o desafio de não apenas organizar taticamente uma equipe, mas de resgatar algo muito mais difícil: o elo entre a seleção e o torcedor. Mais do que vitórias, o Brasil precisa voltar a jogar com alma, com alegria, com compromisso. Voltar a ser o Brasil pentacampeão do mundo.
O jogo desta noite marca o início dessa travessia. Que seja, de fato, o primeiro passo para uma nova era. Porque talento nós temos de sobra.
*Editorial do jornal Notícias da Manhã da rádio Espinharas FM de Patos 97.9 em 05 de junho de 2025.