Os números preocupam e exigem atenção imediata. O mais recente Boletim Epidemiológico sobre vírus respiratórios na Paraíba registrou 1.807 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com maior concentração entre crianças de zero a cinco anos. Um dado que por si só já assusta, mas que ganha contornos ainda mais graves diante das 31 mortes confirmadas, sendo 10 causadas por Influenza A.
Diante desse cenário, eu pergunto a mim mesmo: quantas dessas mortes poderiam ter sido evitadas com vacinação?
A resposta, infelizmente, recai sobre a triste constatação de que a cobertura vacinal entre os grupos prioritários continua baixa. Apesar de a vacina estar disponível de forma gratuita pelo SUS para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade, muitos ainda não foram aos postos. E o motivo, em boa parte dos casos, é a desinformação.
Boatos, desconfianças sem base científica, discursos negacionistas e uma falsa sensação de segurança têm afastado pais e mães das salas de vacinação. O resultado é o que estamos vendo: hospitais lotados por causas evitáveis. Crianças pequenas com quadros graves, profissionais da saúde sobrecarregados e famílias sofrendo por perdas que poderiam ter sido prevenidas.
É preciso lembrar que vacinar é um ato de responsabilidade coletiva. Protege quem toma, mas também quem está ao redor - especialmente os mais vulneráveis. Por isso, mais do que campanhas pontuais, o momento exige um esforço conjunto de educação, conscientização e ação imediata.
A boa notícia é que ainda há tempo. A vacina está disponível. Basta procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa. E mais do que isso: é hora de transformar os meios de comunicação - como o nosso aqui - em aliados da saúde pública.
Hoje, mais do que nunca, falar de vacinação é falar de proteção, de cuidado e de vida.
*Editorial do jornal Notícias da Manhã da rádio Espinharas FM de Patos 97.9 em 06 de junho de 2025.