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Como André do Rap, megatraficante que teve fortuna descoberta pela polícia, foi solto pelo STF

Em outubro de 2020, ele foi beneficiado por uma decisão individual do então ministro Marco Aurélio Mello, que viu excesso de prazo na prisão processual (sem condenação definitiva) e determinou que ele fosse solto.

Por: Redação Fonte: Estadão
10/06/2025 às 12h50
Como André do Rap, megatraficante que teve fortuna descoberta pela polícia, foi solto pelo STF

O megatraficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, apontado pela polícia como um dos principais chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e condenado a 25 anos de prisão, foi solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há quase cinco anos.

Em outubro de 2020, ele foi beneficiado por uma decisão individual do então ministro Marco Aurélio Mello, que viu excesso de prazo na prisão processual (sem condenação definitiva) e determinou que ele fosse solto.
A liminar foi cassada pelos demais ministros, mas ele já havia deixado a penitenciária e está foragido desde então. Na decisão, o Marco Aurélio Mello afirmou que o traficante estava preso provisoriamente havia muito tempo, o que a legislação processual brasileira não permite.

Desde 2020, com o pacote anticrime, ficou determinado que prisões provisórias devem ser revistas a cada 90 dias para verificar a necessidade de manutenção da medida - o que, na avaliação do então ministro, não ocorreu na época.

André do rap já esteve foragido entre 2014 e 2019, até ser localizado e preso pela Polícia Civil em uma mansão em Angra dos Reis, no Rio, suspeito de ostentar um patrimônio de R$ 17 milhões fruto do tráfico – à época, o traficante se apresentava como agente de artistas e jogadores de futebol para disfarçar o dinheiro ilícito.
Ele morava em Santos, mas ia aos fins de semana para Angra dos Reis. Também fazia com frequência voos fretados para Jacarepaguá, na zona oeste carioca, onde tratava de outros negócios.

Quem é André do rap?

Nascido em Santos, em 1977, André do Rap cresceu em Itapema, perto da Favela Portuária, no Guarujá, no litoral paulista. Em 19 de setembro de 1996, foi preso pela primeira vez por tráfico de drogas.
Foi levado pela Polícia Militar ao 2º Distrito Policial de Guarujá, e transferido para a cadeia pública da cidade, de onde foi trazido para São Paulo, onde cumpriu a pena na antiga Casa de Detenção, no Carandiru, na zona norte.

E lá conheceu o rap, que crescia entre um grupo de detentos, do qual saíram, por exemplo, os integrantes do 509-E: Afro-X e Dexter, então detidos no Pavilhão 7. O rap se tornava uma forma de expressão dos presos, que, ao mesmo tempo, achavam na música um caminho para deixar o crime.

Solto em 1999, André do Rap voltou a ser preso em flagrante e acusado do mesmo crime em 2003. Já havia então chamado a atenção da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), de Santos, que o indiciaria ainda em mais dois inquéritos nos anos seguintes.

Foi durante essa nova prisão, de acordo com documentos da Inteligência Policial, que André foi batizado na facção criminosa. Era 13 de maio de 2005 quando o bandido se tornou integrante do PCC, dentro da Penitenciária de São Vicente, no litoral. Foi solto em abril de 2006, preso em 2007 e libertado outra vez em 2008.

Em liberdade, André passou a compor músicas. Começou com raps elogiando a “vida loka”, a cena do crime e a lei dos criminosos contra a “opressão do sistema”. Em uma delas, Impacto Total, André do Rap se dizia “um guerreiro armado e perigoso”, uma “mente criminosa da legião do mal”. Fazia músicas com os MCs Careca e Pixote, os chamados “guerreiros de Itapema”. Falava em dar “justiça” e que Deus abençoasse “os irmãos da correria”. “Não tem meio termo, quem corre no certo tá no bonde também.” André do Rap se dizia um vaso ruim de quebrar, sempre pronto para enfrentar os “gambé (policiais)”.

Fortuna descoberta pela polícia

Balanço feito pelo Departamento de Inteligência Policial (Dipol), da Polícia Civil, mostra que o crime organizado movimentou R$ 16,806 bilhões de valores suspeitos em 100.097 contas bancárias examinadas de janeiro de 2024 a maio de 2025.

Dentre os casos, estão empresas suspeitas de ligação com André do Rap. “Chegou-se ao total de R$ 25.168.000,00 em valores considerados suspeitos”, afirma documento obtido pelo Estadão.

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