Uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (28.jun.2025) mostra que a maioria dos brasileiros afirma sentir vergonha de autoridades e instituições públicas do país. Segundo o levantamento, 58% dos entrevistados dizem ter vergonha dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mesma taxa registrada para os deputados federais. No caso dos senadores, o índice é de 59%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na sequência, com 56% da população dizendo sentir vergonha do chefe de Estado ante 40% que declaram sentir orgulho. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em 136 municípios nos dias 10 e 11 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

No caso do Supremo, a rejeição varia de acordo com a identificação política dos entrevistados. Entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 82% dizem ter vergonha da Corte, enquanto só 12% afirmam sentir orgulho. O ex-presidente é alvo de uma ação penal que tramita na Primeira Turma do STF sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.

Já entre os eleitores que apoiam o presidente Lula, o cenário se inverte: 52% dizem sentir orgulho dos ministros da Suprema Corte, enquanto 36% sentem vergonha. Aqueles que não souberam opinar somaram 12%.

A tendência se mantém quando o recorte é feito com base na avaliação do governo federal. Aqueles que consideram a gestão Lula “ótima ou boa” tendem a ver o STF de forma mais positiva: neste caso, 57% se declararam “orgulhosos” da Corte. Já entre as pessoas que consideram o governo petista “ruim ou péssimo”, o sentimento de orgulho é mencionado somente por 10% dos entrevistados.

No entanto, o nível mais alto de vergonha do STF foi registrado entre os entrevistados com preferência pelo PL (Partido Liberal), com um índice de 91% contra 5% de declarações de orgulho. No grupo daqueles que se identificam como petistas, 53% afirmam sentir vergonha enquanto 33% se orgulham do trabalho da Suprema Corte.

O Datafolha também avaliou o sentimento de orgulho com base na religião: os dados mostram que entre os evangélicos, 66% declararam sentir vergonha dos magistrados enquanto 22% disseram sentir orgulho da Corte. Entre os católicos, o número de orgulhosos sobe para 33% enquanto o de envergonhados cai para 56%.

Por outro lado, algumas instituições e cargos públicos tiveram mais orgulho do que vergonha entre os entrevistados. São os casos dos prefeitos (62% de orgulho), do povo brasileiro (61%), dos governadores (52%) e das Forças Armadas (55%). No caso dos militares, os índices de orgulho são próximos entre eleitores do PT (52%) e do PL (54%).