Um levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito que metade das pessoas donas de motos não tem habilitação. E são os motociclistas as maiores vítimas da violência no trânsito.
A Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) comparou o registro de CNHs para motos com o de proprietários e descobriu que 50,4% dos donos de motocicletas não têm habilitação: 16,5 milhões.
No Maranhão, 70% não são habilitados. No Piauí, 65%. E na Paraíba, 62%. Mesmo em Santa Catarina, estado com o menor índice (26%), um em cada quatro donos de motos não tem o documento.
Segundo a Senatran, o custo elevado para tirar a CNH — de R$ 2.500 em média, entre aulas e taxas — pode explicar a falta da habilitação.
O levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito revela uma parte do problema. A outra aparece com clareza numa estatística do Ministério da Saúde: no ano passado, o trânsito matou mais de 32 mil pessoas no Brasil; 13 mil estavam em motos — mais do que o dobro das vítimas em automóveis, que vêm em segundo lugar.
O presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães, não acredita que os altos custos expliquem, sozinhos, a baixa taxa de habilitação entre os motociclistas. Ele diz que, das 27 unidades da federação, 17 oferecem a CNH Social — um programa que paga os custos para tirar a habilitação para inscritos no CadÚnico. E aponta outro problema como o maior incentivo para o desrespeito às leis de trânsito.
"O mais relevante é a falta de fiscalização. Ela é a base para que as pessoas tenham consciência da necessidade de se regularizar. E, nesse processo de regularização, têm acesso a informações importantes que vão ajudar essa pessoa a ter uma melhoria na sua visão de segurança viária", afirma Paulo Guimarães, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária.
O Ministério dos Transportes disse que faz ações de segurança para motociclistas e que pretende reduzir pela metade as mortes e lesões no trânsito até 2030.
Fonte: G1